Milhares de trabalhadores de TI contratados por empresas americanas enviaram secretamente milhões de dólares àquele país para financiar o programa de mísseis do governo de Pyongyang
Milhares de trabalhadores a área de tecnologia da informação contratados por empresas dos EUA enviaram durante anos secretamente milhões de dólares de seus salários para a Coreia do Norte para uso pelo governo de Pyongyang em seu programa de mísseis balísticos, disseram funcionários do FBI e do Departamento de Justiça americano.
O Departamento de Justiça disse na quarta-feira, 18, que trabalhadores de TI enviados e contratados pela Coreia do Norte para trabalhar remotamente em empresas em St. Louis, cidade do meio-oeste americano, e em outros lugares dos EUA têm usado identidades falsas para conseguir os empregos. O dinheiro que ganharam foi canalizado para o programa de armas norte-coreano, disseram líderes do FBI em uma entrevista coletiva em St. Louis.
As autoridades federais anunciaram a apreensão de US$ 1,5 milhão e 17 nomes de domínio como parte da investigação, que está em andamento. Jay Greenberg, agente especial encarregado do escritório do FBI em St. Louis, disse que qualquer empresa que contratou trabalhadores autônomos de TI “muito provavelmente” empregou alguém que participava do esquema.
“Esse esquema é tão amplo que as empresas devem estar atentas para verificar quem estão contratando”, disse Greenberg em um comunicado à imprensa. “No mínimo, o FBI recomenda que os empregadores tomem medidas proativas adicionais com trabalhadores de TI remotos para tornar mais difícil para os maus atores esconderem suas identidades.”
As autoridades não citaram os nomes das empresas que, sem saber, contrataram trabalhadores norte-coreanos nem disseram quando a prática começou.
Documentos judiciais revelam que o governo da Coreia do Norte enviou milhares de trabalhadores qualificados de TI para viver principalmente na China e na Rússia com o objetivo de enganar empresas dos EUA e de outros lugares para contratá-los como funcionários remotos autônomos.
Greenberg disse que os trabalhadores usaram várias técnicas para fazer parecer que estavam trabalhando nos EUA, incluindo pagar americanos para usar suas conexões Wi-Fi domésticas.
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O programa de mísseis balísticos intercontinentais da Coreia do Norte foi banido por resoluções do Conselho de Segurança das Nações Unidas (ONU) que sancionaram o país. Desde o início do ano passado, a Coreia do Norte testou mais de 100 mísseis e os EUA expandiram seus exercícios militares com seus aliados asiáticos, em resposta. Em setembro, o líder norte-coreano, Kim Jong-un, pediu um aumento exponencial na produção de armas nucleares e que seu país desempenhe um papel maior em uma coalizão de nações que enfrentam os Estados Unidos em uma “nova Guerra Fria”, segundo a mídia estatal.
Em fevereiro, especialistas das Nações Unidas disseram que hackers norte-coreanos que trabalhavam para o governo roubaram ativos virtuais recordes no ano passado, estimados entre US$ 630 milhões e mais de US$ 1 bilhão. O painel de especialistas disse em um relatório que os hackers usaram técnicas cada vez mais sofisticadas para obter acesso a redes digitais envolvidas em finanças cibernéticas e roubar informações que poderiam ser úteis nos programas nuclear e de mísseis balísticos da Coreia do Norte de governos, pessoas e empresas. Com agências de notícias internacionais.